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domingo, 5 de setembro de 2010

A direita prepara o golpe fatal, o definitivo


Como será a bala de prata na campanha

Deu no blog do Nassif, uma hipótese bastante plausível:

Qual a bala de prata, a reportagem que será apresentada no Jornal Nacional na quinta-feira que antecederá as eleições, visando virar o jogo eleitoral, sem tempo para a verdade ser restabelecida e divulgada?

Ontem, no Sarau, conversei muito com um dos nossos convivas. Para decifrar o enigma, ele seguiu o seguinte roteiro:

1. Há tempos a velha mídia aboliu qualquer escrúpulo, qualquer limite. Então, tem que ser o episódio mais ignóbil possível, aquele campeão, capaz de envergonhar a velha mídia por décadas, mas fazê-la acreditar ser possível virar o jogo. Esse episódio terá que abordar fatos apenas tangenciados até agora, mas que tenham potencial de afetar a opinião pública.

2. Nas pesquisas qualitativas junto ao eleitor médio, tem sobressaído a questão da militância de Dilma Rousseff na guerrilha. Aliás, por coincidência, conversei com a Bibi que me disse, algo escandalizada, que coleguinhas tinham falado que Dilma era "bandida" e "assassina". Aqui em BH, a Sofia, neta do meu primo Oscar, disse que em sua escola - em Curitiba - as coleguinhas repetem a mesma história.

As diversas pesquisas de Ibope e Datafolha devem ter chegado a essa conclusão, de que o grande tema de impacto poderá ser a militância de Dilma na guerrilha. A insistência da Folha com a ficha falsa de Dilma e, agora, com a ficha real, no Supremo Tribunal Militar, é demonstração clara desse seu objetivo.

Assim como a insistência de Serra de atropelar qualquer lógica de marketing, para ficar martelando a suposta falta de limites da campanha de Dilma – em cima de um episódio que não convenceu sequer a Lúcia Hipólito.

Aliás, o ataque perpetrado por Serra contra Lúcia – através do seu blogueiro – é demonstração cabal da importância que ele está dando à versão da falta de limites, mesmo em cima de um episódio que qualquer avaliação comezinha indicaria como esgotado.

A quebra de sigilo é apenas uma peça do jogo, preparando a jogada final.

A partir daí, meu interlocutor passou a imaginar como seria montada a cena.

Provavelmente alguém seria apresentado como ex-companheiro de guerrilha, arrependido, que, em pleno Jornal Nacional, diria que Dilma participou da morte de fulano ou beltrano. Choraria na frente da câmera, como o José Serra chora. Aí a reportagem mostraria fotos da suposta vítima, entrevistaria seus pais e se criaria o impacto.

No dia seguinte, sem horário gratuito não haveria maneiras de explicar a armação em meios de comunicação de massa.

Será um desafio do jornalismo brasileiro saber quem serão os colunistas que endossarão essa ignomínia - se realmente vier a ocorrer -, quem serão aqueles que colocarão seu nome e reputação a serviço desse lixo.

Essa loucura - que, tenho certeza, ocorrerá - será a pá de cal nesse tipo de militância de Serra e de falta de limites da mídia. Marcará a ferro e fogo todos os personagens que se envolverem nessa história.

Incendiará a blogosfera. Todos os jornalistas que participarem desse jogo serão estigmatizados para sempre.

Todas essas possibilidades são meras hipóteses que partem do pressuposto da falta de limites total da velha mídia.

Mas a hipótese fecha plenamente.

12 comentários:

Tomás Rosa Bueno disse...

A bala de prata só funciona se for feita em cima da hora para não haver possibilidade de o baleado reagir. Nestas eleições, para que isto funcionasse, seria preciso que houvesse entre o José Perra e a Dilma um número de votos que fosse possível ganhar em dois ou três dias. Mas a distância que protege a Dilma de um segundo turno é hoje de 26 milhões de votos. Para chegar perto do segundo turno, o Perra precisaria conquistar os votos de todos os indecisos e ainda roubar da Dilma cerca de 450 mil votos por dia até a véspera das eleições.

Inimaginável. Ergo, nada de bala de prata. É muito provável que, daqui até 3 de outubro, surjam muitos outros "escândalos". Mas, considerando-se a importância e o destaque que a campanha do Perra dá ao caso da "violação de sigilo", fica claro que esta era a melhor aposta deles, e não funcionou. A probabilidade de que consigam reverter a situação tende a zero.

Anônimo disse...

Se a distância entre a Dilma e o serra continuar a aumentar e ele se aproximar dos 20%, o que acho mais provável é que ele retire a candidatura. Seria um prato cheio para o PIG, pois o teatro já está sendo montado: acusam o Lula de fora da lei, de desrespeito as regras, de falta de democracia....
Seria uma maneira de tentar desestabilizar um futuro governo Dilma/PT e ainda tirar um pouco da credibilidade internacional que o Brasil tem.
Parece maluquice, mas a derrota da direita é certa e no desespero tudo pode acontecer....

Roberto Oliveira
http://comitelatinoamericano.blogspot.com/

Anônimo disse...

caso se confirme essa história sinistra, nada será como antes. E nada mesmo! Preparem-se pois o povão vem aí...

Anônimo disse...

Durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais, naquele em que Otávio Frias Fº fez sua infeliz declaração a respeito da ditadura da maioria, li um articulista que ia, exatamente, nessa linha. Dizia que a eleição estava ganha pela Dilma, mas sempre ela corria o risco de que surgisse algum fato novo.
Acho que a hipótese "do fato novo capaz de levar para o segundo turno" tem procedência, mas, mesmo assim, acho que o buraco é mais embaixo. Por que a mídia gastaria tempo e dinheiro para prolongar por mais 15 dias a agonia de Serra? Penso que o projeto é mais ambicioso, é, realmente, desestabilizar a candidatura da Dilma e criar uma crise institucional, com as consequencias que a gente conhece muito bem.
Fica difícil imaginar que a mídia esteja expondo-se dessa maneira só para segurar Serra por mais 15 dias.
Apesar de todos os desmentidos, a linha de ataque continua centrada no factoide do vazamento dos dados da receita. Isso cheira a preâmbulo de uma coisa maior.

Eugênio

BLOG BRASIL 2010 disse...

Vamos continuar fazendo a nossa campanha tranquilamente, mas em ritmo dobrado! Como já foi salientado nos comentários, a diferença entre Dilma e Serra é muito elevada. De forma que, para buscar a reversão dessa situação, a campanha de serra teria que fazer o "golpe midiático" (que faria Dilma cair nas pesquisas, esmorecer a militância e dar ânimo ao demo-tucanos) necessáriamente ao menos um mês antes da eleição. Creio que o golpe já foi dado - mas o povo, vacinado, não caiu... E nem vai cair mais...

Agora, se quiserem mexer no vespeiro e acabar com a tranquilidade que o país vive, que mexam... Aí sim, terão que se ver diretamente com o povo brasileiro...

Anônimo disse...

Faz sentdio. E a história seria sobre o soldado Mario Kozel Filho que morreu num ataque feito pela VPR ao quartel do então II exército. Circula pela internet uma daquelas bobagens, uma suposta carta do pai do Mario Kozel denunciando a Dilma como uma das atacante. Até as pedras da rua sabem que Dilma não participou da operação, mas os fascistas, como Goebbels, insistem na mentira para ver se vira verdade.
Portanto, não duvidaria duma entrevista do pai do Kozel Filho em lágrimas acusando a Dilma.
Aguardemos.

armando do prado

Sizie disse...

O caso do "sigilo", do fora da lei do PSDB é: derrubar o Mantega e a cúpula da Receita Federal.
Deve ter "vazado", por informantes deles, algo sobre "divisas".
Aqui no RS...
O preso pela PF, do Banrisul, dois meses antes, havia sido preso no aeroporto de São Paulo, pela PF, com dólares "sem origem".

Dilson disse...

Não importa se a bala é de prata ou de chumbo...o fato é que ela será disparada pelas costas.

Anônimo disse...

O PIG realmente seria capaz de fazer isso. Mas há um senão, que para mim praticamente exclui a possibilidade de que venham a fazer isso: com essa estratégia imunda eles conseguiriam (no máximo) levar a eleição para o segundo turno. E aí haveria um novo período de propaganda eleitoral e a farsa seria desmontada. E no fim eles não conseguiriam nada. Esta é a grande diferença desta eleição para aquela de 89. Daquela vez eles deram o golpe midiático às vésperas do segundo turno, e desta vez teriam que dar no primeiro (ou nos dois, e com estórias diferentes, o que seria praticamente impossível).
Carlos

Anônimo disse...

Nada será como antes??? E aqueles caras de 2006 não continuam por aí, firmes e fortes. O Alckmin não está bem em SP. Nada será como antes!!! É bom não subestimar a letargia das pessoas

Anônimo disse...

Eu ainda acredito que esse será o pior ano da midia no brasil.

Anônimo disse...

Acho que a bala de prata do PIG vai ser tentar abrir um cofre. Tenho esse pressentimento...

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