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sábado, 28 de agosto de 2010

Serra, desesperado, agora incorporou o velho padre Peyton



E faz discurso-gorila dos golpistas de 1964

José Serra (PSDB) parece que desistiu da vitória. Resignado, trata agora de segurar suas bases nos bolsões da direita brasileira, na mídia conservadora e junto aos militares "sinceros, porém radicais", como dizia o ex-ditador Ernesto Geisel.
 
Falando a militares da reserva e reformados, em palestra no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, o candidato tucano José Serra comparou o governo Lula ao de João Goulart, deposto no golpe de 1964, referindo-se a “uma república sindicalista”. A informação é do portal Último Segundo/Ig.

“Em 64, não sei se os senhores já estavam nas Forças Armadas, mas uma grande motivação da derrubada de Jango era a ideia, equivocada, de uma ‘república sindicalista’. Não tinha menor possibilidade, tal a fraqueza (do governo). Mas eles (PT) fizeram agora uma república sindicalista. Não pelo socialismo, estatismo, mas para curtir”, afirmou ao grupo de cerca de 200 associados dos clubes militares.

Serra era presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) à época e discursou no comício da Central do Brasil, em 13 de março de 64, considerado um momento-chave para o golpe.
De acordo com Serra, o governo petista tem característica de “ocupação militar”, pelo loteamento de cargos na administração pública. “Quase a totalidade da administração pública está tomada, na prefeitura de São Paulo também era assim. O PT tem características, sem ironias, de ocupação militar. É um Exército que tem que ser acomodado. Tudo é hierarquizado, loteado”, disse.

Em tema caro aos militares, que rendeu polêmica ao atual governo, Serra afirmou ser contrário à retomada da discussão sobre a “Lei da Anistia”. “Eles reabriram a questão da anistia, que ao meu ver é um equívoco. Uma coisa é o conhecimento do que aconteceu... A lei pegaria a gente dos dois lados”.
Perguntado sobre por que não citava o sucesso do Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, privatizações bem sucedidas na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Lula, e porque FHC não participava mais ativamente de sua campanha, Serra afirmou que esses temas “não comovem a população”.

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Patrick Peyton foi um padre católico irlandês, de extrema direita, fundador da "Cruzada do Rosário em Família", movimento autorizado pela Igreja Católica que visava unir as famílias em torno da oração. Conhecido como "o padre de Hollywood", pelo gosto por holofotes e multidões, e muito dinheiro.

Sua vinda ao Brasil foi decidida no final de 1962, em Washington. Hoje já se sabe que padre Peyton (imagem ao lado) foi bancado pela Agência Central de Inteligência (CIA) do serviço secreto. A operação clandestina mais importante para derrubar João Goulart foi intermediada por um multimilionário devoto do catolicismo, J. Peter Grace. Não era apenas uma questão de fé. Grace tinha interesses econômicos na América do Sul em transporte, açúcar e mineração. As informações foram pescadas do Wikipédia.

5 comentários:

Luís disse...

Exatamente...
Só algo semelhante a um golpe-de-estado poderia tirar a eleição de Dilma, e isto, por enquanto, ainda "fica chato". Então, agora o trabalho principal do "baronato" brasileiro é preparar o terreno sob o governo Dilma, e Serra tem que ajudar - é claro - e dê-lhe baixarias e discurso anti-comunista.

Anônimo disse...

Lembro muito bem, da "marcha da família pela liberdade"!
Maria Hein

Anônimo disse...

a Dilma tá uma gata nesse quadro à la Wahrol.

Anônimo disse...

Má-fé. Creio estar na hora de revermos a tal "trajetória" política do Serra. Se o que ele pensa - ainda hoje - do governo Jango é o que ele disse aos reservados militares, então, o que ele estaria fazendo naquele comício de março de 1964? Muito estranho. Seria ele outro "cabo anselmo"? Ainda mais que sua trajetória já deixa um rastro de desconfiança por ter ido para os EUA quando do golpe no Chile.

Omar disse...

É a Confraria do Pijama.

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