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quarta-feira, 31 de março de 2010

Tarifas de bancos subiram 328% desde 2008, diz Idec


Lula, de fato, fez um pacto faustiano com os banqueiros. Dilma irá confirmá-lo?

As tarifas avulsas de serviços bancários subiram até 328% entre abril de 2008, quando o Banco Central (BC) instituiu novas regras para o segmento, e fevereiro deste ano. O porcentual supera amplamente a inflação do período, que foi de 9,88%. Nos pacotes de serviços, a maior variação foi de 65,8%.

Os números integram estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O levantamento, realizado pela economista Ione Amorim, foi feito com base nas informações que as instituições publicam em seus sites na internet. Participaram da amostra os dez bancos brasileiros que têm mais de 1 milhão de clientes.

"A principal conclusão que tiramos é que as maiores variações são explicadas pelo realinhamento das tarifas com a média do setor", diz Ione. "Isso mostra que os bancos não trabalham pela menor tarifa, mas para estar junto dos outros, o que demonstra pouca concorrência."

Depois que o BC apertou as regras, ficou mais fácil para os bancos comparar as tarifas com os concorrentes. Daí o realinhamento a que se refere o Idec. Quem cobrava menos procurou se aproximar de quem cobrava mais - e não o contrário. As informações são do Estadão.

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Se o Vaticano não estivesse tão por baixo, era o caso de chamar o Benedito pra se queixar dos bancos brasileiros. Sim, porque o Estado brasileiro, através do governo Lula, não está nem aí para o abuso dos bancos. Lula fez um pacto faustiano com a banca, cedeu parte de sua soberania em troca de apoio surdo ao seu governo. Isso fica comprovado a cada balancete trimestral dos bancos.

A coisa funciona assim: Lula deixa a roubalheira bancária correr solta (injustificados 328% de aumento real nas tarifas, em pouco mais de um ano, se classifica como o quê?), em contrapartida, os banqueiros e o "mercado" não ficam financiando conspirações, golpes e desestabilizações políticas contra o lulismo de resultados no poder. Só faltou combinar com os russos, no caso o PIG, que ainda promove algum ensaio golpista, mas que não tem fôlego para três dias de manchete. A grita furiosa do PIG se deve, primeiro, à queda tendencial (mundial) da leitura em papel (o manotaço de afogado, como se diz na Campanha); segundo, à redistribuição mais equânime e horizontal promovida pelo Planalto das verbas de comunicação, antes concentrada nas grandes mídias do quadrilátero São Paulo-Rio-BH- Brasília.

Resta saber se a candidata lulista, Dilma Vana Rousseff, vai confirmar ou rejeitar o pacto Lula/Palocci com os banqueiros. As informações que temos é que Antonio Palocci - como se diz no jargão turfístico - está "batendo casco no partidor", doido de coceira para reeditar o acerto com a banca. Mas tudo está passando por um up grade proposto pelo banqueiro/intelectual orgânico Armínio Fraga. Trata-se do projeto Ômega, cujo objetivo diabólico é tornar São Paulo um centro financeiro do Hemisfério Sul, do calibre de Londres e Nova York. Para que isso comece a se realizar, seria necessário o cumprimento estrito de uma agenda de compromissos que eliminaria barreiras tarifárias, IOF, taxas, e sobretudo a anulação dos controles do Ministério da Fazenda e do Banco Central do Brasil, entre outras bandalheiras que transformariam o Brasil na República da Banca. [A julgar pela lucratividade dos nossos bancos, já somos essa República de pesadelo.]

Para abreviar: a soberania do Estado brasileiro sobre os bancos instalados no País ficaria contíguo ao grau zero.

Este é o problema posto à frente da candidata Dilma Vana. Se a proposta for apresentada ao candidato tucano José Serra (consta que ainda não o foi), certamente será aprovada com louvor.

7 comentários:

Gustavo disse...

Perfeito. O raio X do governo Lula.

Gustavo disse...

Completando... mas acho que ainda assim temos que votar em Dilma.

No way out!

paco disse...

Atrapados sin salida.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Os bancos e as empreiteiras vão despejar muiiiito dinheiro na conta da campanha da Dilma. Lembram das empresas do setor elétrico que foram privatizadas no governo FHC e que o PT fez uma gritaria danada, acusando de privataria? O governo do PT quer renovar, sem licitação, essas concessões. Por que será? Para que muito dinheiro seja despejado na conta da campanha da Dilma.

O que tem de acabar de vez neste Brasil é essa vergonha que é o financiamento privado de campanha, uma bandeira que o PT ergueu até conquistar o poder e, por algum motivo, parece não ter mais interesse em terminar com isso. Tadinhos dos ingênuos que acham que a Dilma vai fazer uma ruptura no Brasil...

Nelson Antônio Fazenda disse...

"Melhor do que assaltar um banco é fundar um". Nesta pequena frase, o dramaturgo alemão, Bertolt Brecht, elaborou uma síntese do sistema bancário. Isto, ainda no século passado. Ou melhor, no milênio passado.
No século XXI, a coisa, pelo jeito, tende a piorar, apesar de, quase sem exceção, todo mundo se dizer democrata de carteirinha.

Anônimo disse...

o Maia,

para defender a merreca dele fica defendendo. Filho da puta é definitivo. E O blog delçe nem a Yeda pagando, como dinmheiro roubado consegue audiência.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Marina Silva emocionada em Garanhuns (PE)

Na cidade natal de Lula, a senadora deixou de lado as críticas para elogiar o presidente. "Quando vinha do aeroporto, pensei: 'Puxa vida, aqui nasceu o menino Lula'. Ele já foi uma criancinha e virou presidente. Para mim, é uma emoção muito grande estar aqui", discursou.

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