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domingo, 3 de maio de 2009

Zero Hora tem espírito de vira-bosta


Nos 45 anos do jornal, os presentes aos leitores são obras do governo federal

Até que ponto vai o descaramento de um jornal, na ânsia de angariar prestígio e popularidade junto à comunidade ao qual se destina?

O descaramento, o caradurismo, a desfaçatez, a falta de vergonha são estados de espírito que exigem do seu portador um caráter tão flexível e elástico quanto possível. O ideal é não ter nenhum caráter, mesmo. Este é o ponto ótimo, quando o indivíduo ou o seu grupo está liberado para cometer as maiores vilanias e tudo permanecer como dantes no quartel do Abrantes.

Vejam o caso do jornal Zero Hora, edição de hoje. Promete um presente de aniversário aos seus leitores, desde que estes se submetam a um processo de escolha de “três obras dos sonhos dos gaúchos” entre quinze opções possíveis. Providencialmente o principal diário do grupo RBS “esquece” de informar que os tais quinze projetos são investimentos do governo federal, com escassa contrapartida do governo estadual, em especial algumas barragens, as mesmas que estão sendo objeto de investigação policial por suspeita de desvio de recursos por parte dos gestores estaduais das obras.

Sendo assim, ZH quer dar presentes de aniversário que não lhe pertencem, que não são da sua competência e escapam da alçada, inclusive, do governo estadual. A omissão e a falta de esclarecimento correto do objeto a ser presenteado é o busílis da promoção.

A intenção de confundir o leitor (que, internamente no grupo RBS, é chamado de "consumidor") é evidente. Os editores de ZH sabem que em todo o projeto de origem estatal – que é o caso de 100% dos “presentes” do jornal – é imprescindível informar a fonte original dos recursos, bem como os usos respectivos de cada fonte financiadora, o que significa dizer que todo o projeto deve vir acompanhado de um consolidado de fontes e usos, sem o qual o projeto ainda sequer existe. Pois bem, na matéria de ZH em nenhum parágrafo ou frase é informado de onde se originam os recursos para a concretização daqueles quinze projetos.

Nós sabemos, os leitores deste blog de província sabem, mas os desavisados não sabem que os recursos financeiros para os quinze projetos tem origem no orçamento da União, com franjas de contrapartida do governo estadual.

Quem acompanha o jornal ZH com olhos críticos já sabia desse espírito de vira-bosta do diário da Azenha. Como vocês também sabem, as aves chamadas vira-bosta ou chupim não chocam os seus ovos, preferem colocá-los no ninho de outras aves, como o tico-tico, por exemplo. O mesmo faz ZH, quer presentear com projetos e obras cevados e criados por outros entes, de preferência públicos, de preferência ainda do governo federal, já que o seu aliado, o governo Yeda Crusius, desmoralizado e quebrado, é tão prolífico quanto vaca morta.

Coisas da vida.

6 comentários:

MQA disse...

Pensei o mesmo quando vi a capa do Jornal. O Ministéri da Sáude deveria colocar um tarja em ZH mais ou menos assim: "O Ministério da Saúde adverte os produtos do Grupo RBS fazem mal ao cérebro".

jukão disse...

RvBS = Rede Vira-Bosta do Sul.

hehehehehehehehehehehehehehehehe..

André f. disse...

O negócio do jornal é justamente não esclarecer.

el barto disse...

rede bunda suja. o nome diz tudo.

Anônimo disse...

Eu acho que esles estão querendo mostrar a força política que tem e representam. No bom portuqgues: quer ver quem manda?

E isso ajuda nos "negócios"...

Claudio Dode

Marcos disse...

A Rede Bunda Suja faz o que melhor sabe, ou seja, propaganda política disfarçada para enganar a gauchada otária ! Se merecem !!!

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