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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 13 de maio de 2008


Um símbolo da elite branca paulistana

Ao custo de 233 milhões de reais, parcela (diminuta) de São Paulo se ufana tolamente de uma ponte urbana que liga o elegante bairro de Morumbi à avenida Jornalista Roberto Marinho (acreditem, este é o nome de uma via pública paulistana).

Arquitetonicamente a obra é horrorosa e funcionalmente pode despachar até quatro mil automóveis por hora. Uma insanidade em todos os sentidos: feia, esteticamente, inútil, funcionalmente, caríssima, socialmente.

Lá pelo ano 2090 esta ponte será motivo de chacota pelos pósteros. Hoje, simboliza a inutilidade das elites brancas locais (seus construtores), a disfunção de suas existências cultural, política, de classe, e, sobretudo, a projeção narcísica de seus delírios de potência, grandeza e poder. Mostra ainda a opção política neurótica e decadente pela modalidade de transporte individual baseado no fetiche do automóvel.

Para concluir o ridículo de tudo isso, a ponte recebeu o nome do “publisher” (desculpem o palavrão colonizado, mas é assim que chamavam o sujeito) Octavio Frias de Oliveira, recentemente falecido e dono do grupo Folhas. Este senhor, é sabido de todos, foi um dos colaboradores silenciosos do regime civil-militar que vigorou de 1964 a 1985. OFO e seus jornais contribuíram com recursos logísticos para o sucesso da Operação Bandeirantes, que reprimiu fortemente civis que se opunham à ditadura.

Coisas da vida.


34 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Esta ponte não tem nada de horrorosa. Passei por ali recentemente e seu formato e arquitetura é bem interessante. E quem circula por ela é o povo paulistano. Ontem o dramaturgo espanhol Fernando Arrabal deu uma ótima no Fronteiras: os comunistas apenas crêem nos Estados Unidos; ou seja, são completamente paranóicos, como se estivessem todos dominados pelos EUA que impõe seus sustentáculos nas elites brancas de todos os países. O texto deste post mostra exatamente isso, a paranóia daqueles que querem impor certas culpas a eterna elite e a eterna mídia, como se todos os problemas do mundo fossem causado sempre pelas mesmas pessoas. É uma forma provinciana de ver o mundo.

Anônimo disse...

A responsabilidade pelos fracassos dos sistemão é sim das elites brancas, dominantes e hegemônicas.
Não tem paranóia nenhuma nisso, é uma constatação fática.

Anônimo disse...

E o pior, Feil, é que a ponte impotente foi projetada pela prefeita "petista" Marta.


custódio tavares - sp

Carlos Eduardo da Maia disse...

Callado, melhor mesmo é pegar em armas e acabar com esse elite branca, dominante e hemegônica e colocar a ponte da Marta abaixo. Todo o poder à elite do MST.

Bauhausler disse...

A saber: está proibido o tráfego de transporte coletivo na ponte . . . Assim como de pedestres e ciclistas. Totalmente na contramão. Por outro lado até não acho ruim a arquitetura da ponte.

Anônimo disse...

Caro Crist�v�o

Querias o qu� uma ponte chamada Octavio Frias, ligando o Morumbi a Roberto Marinho.

Claudio Dode

Anônimo disse...

Ô Maia,

São os comunistas que crêm nos EUA, lógicamente que mais um devaneio seu depois de uma overdose de shopping.

Claudio Dode

Anônimo disse...

quanto odiozinho...

Anônimo disse...

Foi com essa mentalidade de que "ponte é coisa pra carro que é coisa de rico" que o PT estagnou Porto Alegre durante 16 anos e hoje o trânsito da cidade claramente está 10 anos a frente das obras que deixaram de ser feitas para acompanhar o crescimeneto da frota.

Anônimo disse...

Quando li esse post pensei, dou minha cara a tapas se, o primeiro comentário não for do tolo do Maia! Batata, o primeiro, se é que se pode dizer assim, comentário, era mesmo do tolo do Maia. Mais uma vez ele vem com suas tolices, sua sapiência monolítica e universal. É um metido! Um energúmeno que não tem nada prá fazer e fica se "ACHANDO". Não vou nem argumentar, pois é perda de tempo. Mas essas obras, contém uma simbologia muito significativa, o poder. Vemos isso em diversos países. As chamadas obras faraônicas. Pergunta: Não seria mais sensato, fazer simplesmente uma ponte? Não, daí não teria graça, pois não seria um simbolo. Essa elite dominante, escravocrata, não está mem aí, pois não faz saneamento e nem constroi casas nas periferias, porque isso, não trás prestígio, o Prf. Milton Santos, os investimentos nas cidades, somente se dão nas "áreas luminosas", onde há fluidez do capital, já nas "áreas opacas", onde estão os pobres, os migrantes, os excluídos, estes, estão jogados a sua própria sorte. Maia, pára de falar em esquerda, como se essa fosse a responsável por todas as maselas do mundo. Até porquê, vivemos num mundo capitalista, não comunista, ou "esquerdista". Os problemas que vive a humanidade, é sim, causado pelas desigualdades impostas pelo capitalismo. Alguém já foi ver o blog desse tolo do Maia? Ele é um chupim, um usurpador de idéias, UM TOLO, é claro...

Carlos Eduardo da Maia disse...

Que se dane a arquitetura, a arte, o belo, o bonito, vamos fazer apenas uma ponte. Uma simples e simplória ponte, nada mais além disso. Para quê cartões postais, turistas japoneses com suas magníficas filmadoras digitais? O importante é a utilidade da ponte. Ponte é ponte nada mais que ponte e sempre vai ser uma ponte. Para quê uma ponte bela e ostentosa se uma ponte tem a mesma utilidade? Para quê comprar um sofá novo se o velho tem a mesma utilidade? Para quê mudar de apartamento na Assis Brasil se outro novo muito mais espaçoso e confortável tem a mesma utilidade? Bentham nos ensinou que refutar a justeza do princípio da utilidade com argumentos é tarefa impossível. Já Kant tentou mostrar que o belo realmente existe. Entre Kant e Bentham fico com o prussiano de Königsberg. Eu acredito no belo, na estética, na arquitetura e na boa arte. E por isso eu detesto baile funk.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Erratinha:eu detesto as MÚSICAS do baile funk.

Baiacurs disse...

Ah bom... pensei que tu odiasse os negros e os pobres!
Mas não, só odeias a cultura popular...
Vejo que o mundo ainda não acabou, talvez um dia as dondocas optem pelos pobres, e deixem um pouco AS COMPRAS NO SHOPPING de lado, hehe!

Anônimo disse...

Bah!!! O tolo do Maia surtou... Bota a camisa de força nele

Anônimo disse...

Maia wins.

Anônimo disse...

Essa ponte foi projetada por um megalomaníaco, parece um super prendedor de roupa no varal da paulicéia desvairada.
Horrível e desnecessária. Não contribui em nada para o transporte coletivo, só para o transporte individual de autos que consomem combustível fóssil.
SP está se fossilizando.

Anônimo disse...

SP é baba-ovo de poderoso. Tem a ponte Júlio Mesquita (Estadão), a avenida Roberto Marinho (Globo) e a ponte Frias (Folhas), mas tem a ponte Maria Maluf (mãe do inominado), tem estátua pro Borba Gato (exterminador de índios) e rodovia Castelo Branco (um milico golpista) e por aí vai uma vara de fdp e safados com nomes em logradouros e vias públicas.

Anônimo disse...

Baile Funk é cultura popular? Céus...

Anônimo disse...

Homenagem aso carros, aos bárbaros e predadores desta elite burra e acéfala.
Enquanto isso, o povo, pobre povo, se acotovela nos pontos de ônibus, ou são empurrados, feito gado, para dentro dos vagões do metrô.

Vejam que existem administradores piores que a dona Yeda.

Lamentável.

armando

Anônimo disse...

Obra de republiqueta bananeira.

Projetada no governo da prefeita "Magda" Suplicy, que nem ao menos foi convidada para a inauguração (bem feito), a ponte parece ter mais altura do que extensão. O custo inicial da obra seria de R$ 147 milhões, pulou para R$ 260 milhões graças as diatribes Demo-tucanas. O fato de não permitir a circulação de transporte coletivo é um absurdo.

Frias fazendo a ligação de Roberto Marinho à marginal foi um ato falho.

Agora, divertido, mas divertido mesmo, é ver a mudança de opinião da Folha de São Paulo:

http://www.vermelho.org.br/emergencia/maio/1205_ponte.asp

A Folha é REALMENTE muito má, feia e bobona.

Anônimo disse...

Maia, povo paulistano circula por ali? Ponte ligando o Morumbi ao Itaim, diretamente na Daslu, realmente, é para o povo...

armando

flics disse...

"acreditem, este (roberto marinho) é o nome de uma via pública paulistana"

E qual é o espanto? Em Porto Algre temos a Av. Castelo Branco (toc!toc!toc!) e um horrível monumento no parcão. Sem falar na Usina Ditador, digo, presidente médice. E um monte de coisas assim.

Na Argentina, nem na escola militar permitem retratos de ditadores. Mas aqui, "brasileiro tão bonzinho" o Lulla se compara a ernesto - tortura se justifica - geisel.

Anônimo disse...

a questão de beleza é algo pessoal, não discuto. eu achei interessante sua forma, mas o sistema estrutural é que realmente me chama atenção.
o que realmente fiquei intrigado foi quando descobri que ligava a um bairro rico, por isso a adoção desta forma. com sua inutilidade para o transporte coletivo destaca sua extravagancia.
realmente o mais interessante é a mudança de opinião da folha.

Anônimo disse...

Como boa parte dos "posts" achei a ponte esteticamente bonita, mas, que vai na contramão das necessidades humanas. Maia e Cristóvão, no caso, a questão estética é totalmente superflua.

Anônimo disse...

Maia, não entendi qual a oposição que tu fez entre Kant e Bentham???

Anônimo disse...

Sempre me impressiona é a indigência mental, o deslumbramento com o monumental, a falsa dictomia e o enquadramento do pensamento divergente e não-hegemônico como atraso e anti-'progressista'.

bom mesmo é o modelo estadunidense e bem capitalista. o mundo que se foda. quem não tiver carro que se foda.

é muito papagaio de telejornal. tem até troll de empresa-partido se manifestando, fazendo um bom trabalho para o(a) chefe, claro!

ah: melhor a paranóia que a cegueira!

Anônimo disse...

fonte: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/



"Segunda-feira, 12 de Maio de 2008

Folha: quem te viu, quem te vê...
Ponte da Marta: recordar e viver"

Acessem o link acima para lerem a íntegra. Suuuuuuuper interessante!


Atentem para as datas:

São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

EDITORIAL FOLHA DE SÃO PAULO

PROJETO EXTRAVAGANTE

É acertada a decisão do prefeito José Serra (PSDB) de retomar as obras que ligam as avenidas Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) e a marginal Pinheiros, deixando de lado a construção de duas pontes sobre o rio Pinheiros, na zona sul da cidade, previstas no projeto original aprovado pela administração da ex-prefeita Marta Suplicy. A justificativa apresentada por José Serra é que a construção dessas pontes estaiadas (suspensas por cabos de aço) encareceria desnecessariamente a obra.
A cautela e a mudança do projeto original são procedentes. Com as pontes endossadas por Marta, toda a empreitada custaria nada menos que R$ 147 milhões. Sem elas, o custo total -que inclui outras alterações na malha viária, além da construção das alças- cai para R$ 85 milhões.
É duvidoso, ademais, que a venda em leilões dos Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), títulos que dão direito de construir além dos limites estabelecidos em certas áreas da cidade, possa gerar recursos suficientes para arcar com as despesas previstas inicialmente no projeto. No ano passado, os leilões desses papéis, realizados para angariar fundos para a construção das pontes, não conseguiram amealhar mais do que R$ 35 milhões, soma muito aquém da estimada para a conclusão das obras.
Além de cara, a construção dessas pontes suspensas está longe de ser uma prioridade para aquela área da cidade. A ligação da avenida Roberto Marinho com a marginal Pinheiros pode continuar a ser feita, sem maiores transtornos, através de duas outras pontes já existentes a apenas 800 metros do local. Essa circunstância, aliás, torna ainda mais extravagante -e suspeito- o projeto deixado pela gestão petista, para o qual, até aqui, não foram apresentadas justificativas convincentes.

Postado por Luiz Antonio Magalhães

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Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira

da Folha de S.Paulo

Pontes são uma seara vasta e dinâmica para o mundo dos recordes, em que a ponte Octavio Frias de Oliveira, inaugurada neste sábado (10), também passa a figurar. Ela é a única do mundo em que duas plataformas estaiadas se sobrepõem, fazendo com que os cabos se entrelacem, e conta com o maior ângulo entre estaiadas, de 60º.

Por conta disso, a equipe responsável pela obra tem apresentado o projeto em alguns dos maiores congressos internacionais sobre pontes.

da Folha de S.Paulo

A ponte Octavio Frias de Oliveira pode se tornar um dos cartões-postais da cidade de São Paulo não só por suas luzes mutantes, mas por quatro aspectos de engenharia que a fazem única. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Catão Francisco Ribeiro, o ângulo de 60º, que faz com que a travessia ocorra em curva, é o maior entre as estaiadas do mundo, que costumam ter de 10º a 15º.

Outro aspecto inédito é o formato do mastro, o 'x' central que sustenta os estais –estai é um termo náutico que denomina o cabo que segura a vela de um barco. Nascido de uma necessidade de engenharia, a forma foi aproveitada pelo arquiteto João Valente para marcar o visual da ponte.

A sobreposição de duas plataformas estaiadas também nunca havia sido feita. "Essa [ponte] foi complicadíssima do ponto de vista geométrico, porque os cabos não poderiam cruzar uns com os outros", diz um dos maiores especialistas brasileiros no assunto, Augusto Carlos de Vasconcelos, da Divisão de Estrutura do Instituto de Engenharia e autor de "Pontes brasileiras: Viadutos e Passarelas Notáveis" (ed. Pini).

De acordo com Ribeiro, a execução foi como um bordado. As pontes sobrepostas tinham de ser construídas simultaneamente, para que uma contrabalanceasse a outra.

Por conta disso, o processo de construção também foi único: não era possível usar o rio nem as marginais para fazer o escoramento. Assim, a evolução das duas pontes ocorreu ao mesmo tempo.

Segundo Vasconcelos, as pontes estaiadas são uma evolução das pontes pênseis (ou suspensas), e a possibilidade de serem construídas parte por parte permite que a obra seja mais rápida e econômica.

"É muito mais difícil de ser calculada, mas, por outro lado, muito mais fácil de ser concluída",
afirmou ele.


* Nada como um dia após o outro... só me preocuca que possa haver falta de óleo de peróba no mercado pra esses caras, porque é muita cara-de-pau!

Anônimo disse...

Leiam meu post de hoje no PALANQUE DO BLACKÃO.

[]'s,
Hélio

Carlos Eduardo da Maia disse...

Fernando, apenas uma masturbação filosófica elitista - como gosta de dizer o Gerald - foda-se o mundo - Thomas, sobre o princípio da finalidade de Bentham com a "ciência do belo" de Kant.

Anônimo disse...

Maia,

Por falar em masturbação o teu blog continua vazio.

Claudio Dode

Carlos Eduardo da Maia disse...

Cláudio, eu sou apenas o dono de um pequeno armazém da esquina que não tem condições nenhuma de competir com os super hiper mercados, os Bourbons da vida.

Anônimo disse...

Ô Maia,

Não é uma questão de concorrência dentro de uma visão empresarial, que esta questão Mercado-Religiosa te impõe.

É só uma questão de zelo social, em vez de ficar provocando e esculhambando quem pensa diferente de ti, procura qualificar o teu blog para despertar o interesse de quem compartilhe das tuas idéias, muito embora ache muito confuso esta história de "socialista liberal ou liberal socialista" com que te intitulas.

Ou é um ou é outro. Ou liberal ou socialista. Para mim esta mistura é delírio. Deve ser por isto que não acreditas em Utopia.

Claudio Dode

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu não sou nem socialista e nem liberal. Não acredito nem em 8 e nem 80. Acredito no razoável e no meio termo.

Anônimo disse...

Maia,

Socialista eu e acho que todo mundo nota ao ler qualquer coisa sua.

Acho que nem mesmo liberal. Aliás acho que estás num ponto superior do liberalismo.


O que eu tenho certeza que o dizias em teu blog (que continua vazio) é que sejas liberal socialista ou socialista liberal.

Claudio Dode

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