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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

domingo, 11 de maio de 2008


Deu na revista CartaCapital desta semana

A via-crúcis de Yeda

A vida da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, do PSDB, não tem sido fácil. Dona de um estilo político duro, aristocrático e em nada carismático, a tucana vive um misto de inferno pessoal e administrativo em que se incluem dívidas estaduais impagáveis, atrasos no pagamento de salários de servidores, popularidade em franca queda, dependência de uma bancada governista para lá de suspeita e, agora, uma CPI capaz de enlamear os portais do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Continue lendo aqui.

Mas o certo mesmo é ir correndo à banca e comprar a revista. Pela ruindade de seu governicho, dona Yeda já é um nome nacional, hoje.


18 comentários:

Fabrício Nunes disse...

Não esqueçamos que Yeda é do PSDB, "noiva" política do PT. Estes dois partidos somente não estão juntos - ainda - em locais onde a disputa por espaço eleitoral é acirrada.
No mais, a identidade ideológica vai cada vez mais escancarada, estendendo-se, inclusive, ao compartilhamento de escândalos.
Não é à toa que o governo tem nos senadores Jucá e Rosena os seus líderes no congresso.
Também não é à toa que o velho e bom BNDES - como diria Gaspari - está bancando a fusão Br/Oi, coisa de envergonhar FHC e suas privatizações.
O mercado agradece...

Anônimo disse...

Não há diferença entre Yeda e Serra, por exemplo. Ambos, seguem a política tucana de entregar os anéis e os dedos para preservar interesses do capital. Simples.

armando

Carlos Eduardo da Maia disse...

Yeda se elegeu porque o candidato do outro lado era Olívio. Paradoxalmente, Olívio tem carisma. Yeda não, mas ela se elegeu com uma diferença bem razoável, 6%. E se elegeu contando com amplo apoio da sociedade gaúcha, mas também da politicagem complicada e picareta do RS, como esse mafioso Lair Ferst do PSDB. Como é que um partido como o PSDB - que se diz social-democrata - admite em seu quadro um sujeito como esse que já tinha no decorrer de sua vida, negociatas muito obscuras? E como os partidos neste Brasilsão estão mais interessados na conquista de cargos e nos benefícios do poder, aconteceu com Yeda - o que acontece e muito neste país com os políticos de plantão. A picaretagem toma conta e a Yeda se enredou nisso e dificilmente vai conseguir desenredar esse nó. Seu governo vai carregar essa triste mácula e a oposição aproveita. E tem que aproveitar mesmo, porque ela deixou a bola picando e ninguém é trouxa para não deixar de chutar. Yeda vai ter que explicar - e explicar muito bem -- como é que comprou a Casa onde ela mora. E não adianta a grande mídia abafar (a ZH de hoje novamente noticiou esse episódio), porque isso ela vai ter que explicar a seus eleitores. O Brasil precisa com urgência de uma reforma política, que os políticos não estão interesados em fazer. No ano que passou o governo do PT tinha amplas condições de aprovar a reforma política, mas resolveu engavetar pelos mesmos motivos de sempre. Mas Yeda vive sim seu inferno astral que pode resultar em algo bem grave se a sociedade gaúcha estiver bem informada. E temos que estar vigilantes. E o velho RS continua endividado e dividido. Vamos direto às catacumbas.

Anônimo disse...

A cruz deste blog é o Maia.

Anônimo disse...

Com certeza Jorge, é uma praga, pior que no blog dele não há vida, e aí ele vem tentar respirar aqui e só fala baboseira (prá não dizer outra coisa), dá um tédio.
Maria Eduarda

Anônimo disse...

Não bastava o sem vergonha do Maia, agora temos mais um lacaio ( o energúmeno das 11:38 ) para manipular os fatos... comparar o governo corrupto da prenda paulista com qualquer outro é no mínimo querer confundir, misturar as coisas. Felizmente o castelo do falso moralismo tucano/rbs esta ruindo, mesmo que inicie em São Paulo. Quem sabe os PIGs daqui falem algo sobre o assunto. Parabéns Mino Carta

Fabrício Nunes disse...

Quem anda misturando, meu caro anônimo das 17:25, é o governo Lula.
Tanto na economia como no protagonismo dos escândalos, identifica-se com FHC e seus - estes sim - lacaios.
Por isso, Jucá, Roseana, Delfim, Setúbal, etc (e bota etc nisso) são aliados da vulgata lulo-petista. Até a RBS vem dando um tratamento dócil ao governo.
Estou errado?

Anônimo disse...

Fabricio, tenho acompanhado as tuas observações e concordo com algumas delas. Agora, uma coisa eu te garanto. Vcs não estão em nenhuma posição de vantagem em relação ao governo Lula. Quem tem uma relação promíscua como a mídia como o PSOL, já demonstra, por antecipação, o tipo de relação que terá com o capital, uma vez chegando no poder. Me corrija, se eu for ingênuo, mas a mídia corporativa não é a expressão acabada dos interesses desse capital??? Pô, um pouco de auto-crítica te cairia bem e ao PSOL tb.
Nada, mas absolutamente nada indica, que o PSOL não viria a fazer qualquer tipo de aliança com quem quer que seja para poder governar. Vivemos na famigerada democracia burguesa e é o máximo que nós conseguimos com o povo e com as forças políticas que temos. O próprio PSOL votou com os DEMOs pelo fim da CPMF. Por mais que o Gov. Lula mantenha intacta a estrutura neoliberal, algumas coisas minimamente estão sendo feitas, como é o caso do PAC.
O resto é pensamento mágico. Ou tu achas que o PSOL, ao chegar ao poder, fará revolução? Eu já comentei isso antes e insisto nesse ponto: a relação que o PSOL estabeleceu com a mídia burguesa é profundamente reveladora, para quem sabe entender, sobre os rumos que o partido tomaria, se chegasse ao poder.
O que me chama a atenção, nos teus comentários, é que, quando criticas o PT, nunca colocas em questão a problemática da mídia que, para mim, é o calcanhar de aquiles do lulismo. Será que, inconscientemente, o teu "santo" tb tem os pés de barro neste quesito?

Fabrício Nunes disse...

Eu já disse que esta busca pela mídia, da forma como vem sendo feita, é preocupante, sim.
O que não invalida por antecipação o papel que o PSoL desempenha - afinal de contas, é necessidade política a ocupação do espectro de esquerda que a traição do PT deixou vago.
De resto, não penso que a relação promíscua com a mídia seja causa de alguma coisa, mas consequência. E também não se constitui no fator essencial da conversão petista ao mercado. Como disse, é mera consequência.
O fato, meu caro Eugênio, é que fazemos a disputa política no mundo concreto, sem espaço para idealismos. Nestes marcos, o PSoL como ferramenta de luta. Talvez não seja o instrumento acabado, mas sob o olhar dialético, que Marx nos legou, é o que temos na atual conjuntura.
Um abraço.
PS: a CPMF é injusta; quem nos ensinou isso - e demonstrou - foi o próprio PT, aquele falecido de luta...

Anônimo disse...

Fabrício, o PSOL é um instrumento de luta?
Onde? Quando? Por quem?

A única sombra de similitude que o PSOL tem com o PT é nesta parte do ocaso do PT. O PSOL nunca chegou nem nunca chegará ao que o PT de lutas já foi. Hoje sim, o PT decadente de hoje até pode ficar parecido com o PSOL, que só decai depois da campanha moralista e direitosa da Heloisa Helena.
Eu num certo momento de 2004 pensei me filiar ao PSOL, mas a candidata HH colocou uma pá de cal na minha intenção.
Vou continuar obsrvando e apoiando os movimentos sociais autênticos, quem sabe um dia eles não se transformem em partidos combativos.

Anônimo disse...

O PSOL não desempemha papel nenhum na política, porque faz o que a mídia acha que deve falar!! Vergonhoso um partidinho de meia tigela acobertando a direita neste pais!!!!!

Anônimo disse...

Só tenho uma dúvida: vocês vão fechar o blog quando o PT e o PSDB se fundirem?

Carlos Eduardo da Maia disse...

E a união entre a parte boa do PSDB e a parte arejada do PT é questão de tempo.... Eu tenho certeza absoluta que se o Serra for eleito presidente, muita medida que ele adotar vai ter o apoio do PT e o mesmo pode acontecer com a Dilma. Não se esqueçam que o PSDB ajudou o PT a aprovar a necessária e fundamental reforma da previdência. E mais reformas devem ser feitas para esse Brasil com apoio do PT e PSDB. É o que esperamos.

Anônimo disse...

Blog nenhum fechará na fusão de partido algum. Cansa a beleza ter que responder uma idiotice dessa natureza. Desde quando opinião pessoal, com a defesa de uma posição política, é a expressão desse ou daquele partido?
Muito pelo contrário, nenhum dirigente ou filiado a partidos, gosta do que se lê em blog de opinião. Seja o DEMO, o PSDB, PT ou PSOL.
Tá bom, ou precisa desenhar????

Anônimo disse...

O que é o mundo concreto em tempos de ditadura midiática? Aquilo que é representado pelos fatos como eles são, ou aquilo que a mídia determina como sendo a realidade?
Qdo. se trata de circular no "mundo real", o PSOl não se difere em nada do PT, mesmo querendo posar como alternativa. O Ivan Lopes coloca uma questão importante: se existe alguma semelhança entre o PT e o PSOL, ela está nesse processo de decadência de ambos os partidos.
O PT ainda teve a vantagem de se construir a despeito da histórica hostilidade da mídia, contra qualquer organização que tinha/tenha caráter popular. Foi se rendendo, ao poder midiático,com o passar do tempo. O PSOL, nesse sentido, já capitulou de saída. Quando se trata de se movimentar no mundo real, o PSOL nos deixa muito claro que limites da realidade não está disposto a transpor.
Aquela famigerada entrevista que a Luciana deu ao programa do Jô em 2005, para mim, é o exemplo acabado disso. O gordo deitou e rolou, falou dos belos olhos verdes dela e ainda teve a petulância de dizer a ela que não viesse com "aquele papo de esquerdinha". E ela só no "veja bem". Ela poderia muito bem ter deixado o Jô com a bunda de fora, só perguntando como é que ele se sentia, assim tão combativo, trabalhando dentro daquele cogumelo venenoso que é a Globo? Ela sairia consagrada dali. Tu imaginas ela fazendo isso?
Nem eu. Esses são os limites da realidade que ninguém da esquerda está disposto a transor. Aí, não dá para falar em ser a vanguarda da luta popular.
Por enqto. essa bandeira está na mão do MST. O resto é conversa. O PT perdeu o ímpeto e o PSOL nasceu sem ele.

Carlos Eduardo da Maia disse...

A esquerda brasileira não radicaliza o discurso porque necessita da grande mídia, precisa espaço, precisa apoio, precisa ser palatável ao mundo que aparece nas telas da TV - que também é um mundo real. É muita ingenuidade achar que no momento em que a esquerda radicalizar o seu discurso vai se consagrar. Pode-se consagrar para uma meia dúzia de três ou quatro, mas não para os outros 170 milhões de pessoas que circulam nos fluxos desse Brasilsão e que estão empenhadas em engrossar os contingentes de uma nova classe média. Radicalização de discurso político só pode dar certo nas ditaduras do monopólio midiático, como ocorre na pobre Venezuela chavista. Prefiro mil vezes uma mídia "tragada pelos interesses econômicos", mas que é difusa, plural, diversificada do que uma mídia do PIG (partido da imprensa governista) imposta pelo interesse político do burocrata do partido.

Anônimo disse...

Maia,

Quando e onde uma midia "tragada pelo interesse economico" vai ser difusa.

Isto é lorota... "comprada" não vai ser plural, e diversificada nunca.

É por isso que achas que shoppin é remédio.

Claudio Dode

Fabrício Nunes disse...

Tá bom o debate, pessoal.
Uma conclusão já podemos tirar dele: é incontroverso entre nós, que sustentamos a luta pela esquerda, que o PT não é mais o campo de luta.
Quanto ao PSoL, é o que temos, ainda. Ou alguém tem alguma sugestão melhor? Eu apostaria no MST, sem dúvidas, desde que sua direção - ou parte dela - pare de compactuar com o lulismo, circunstãncia que, neste particular e grosseiramente comparando, assemelha-se ao que, dizem, a Luciana vem fazendo em relação à mídia e mais particularmente à RBS.

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