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terça-feira, 18 de dezembro de 2007


Mapa do Pampa ajudará na conservação ambiental do RS

Cerca de 41% da cobertura vegetal do Bioma Pampa ainda está conservada. Esse foi um dos resultados do Mapeamento da Cobertura Vegetal do Bioma Pampa, lançado ontem em Porto Alegre. O estudo foi realizado pelo Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). A pesquisa traz informações inéditas sobre os tipos de vegetação nativa ainda conservada e sobre as áreas alteradas por atividades como plantio de soja, milho e árvores para produção de celulose. A informação é da Agência Chasque.

O responsável pelo projeto, o geógrafo Heinrich Hasenack, conta que os trabalhos foram realizados entre 2004 e 2006. Ele considera que este levantamento é o mais completo que já se fez sobre o bioma, já que utilizou imagens de satélites e contou com a supervisão técnica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o especialista, as informações devem servir de base para a definição de políticas públicas e para criação de áreas de conservação, entre outros fins.

“O objetivo não era contrapor alguma coisa, e simplesmente mostrar um mapa mais recente, porque todas as bases que se discutiam era em cima de um mapa de vegetação mais antigo. A gente quis trazer uma informação mais atual”, diz.

O Pampa corresponde a 63% do território gaúcho e cerca de 2% do espaço brasileiro. São mais de 178 mil hectares, que abrigam 3 mil espécies de plantas e mais 400 espécies de aves. Para Hasenack, é preciso um esforço para conservar o que ainda existe desse bioma.

A preservação da biodiversidade do Pampa também foi defendida pela presidente da Associação Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente (Apedema), Káthia Vasconcelos. Ela acredita que a definição das áreas degradadas vai auxiliar no regramento das atividades na região, servindo com um complemento para o zoneamento elaborado pelos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

“Nós temos uma área grande aí que poderia ser utilizada para fins econômicos, e utilizar mais ou menos 40% da área também para fins econômicos, mas de baixo impacto. É um instrumento importante para tentar fazer um contraponto a quem quer fazer agricultura em larga escala, tem que pensar onde está fazendo, seja essa agricultura arroz, soja ou plantação de árvores”, afirma.

Os resultados do mapeamento estão disponíveis no ícone Biodiversidade na página do Ministério do Meio Ambiente (MMA), www.mma.gov.br.

Além de divulgar os resultados, a cerimônia marcou o dia 17 de Dezembro como Dia do Bioma Pampa. A data foi instituída por meio de um decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste mês. A escolha é uma homenagem ao ambientalista José Lutzemberger, que completaria 81 anos nesta segunda-feira.

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